Meninas de 9 a 11 anos do Maranhão já podem tomar a vacina contra o
Papiloma Vírus Humano (HPV), usada na prevenção do câncer do colo do
útero. No estado, mais de 215 mil meninas deverão receber a vacina. A
informação foi enviada pela assessoria do Ministério da Saúde nesta
segunda-feira (9).
Uma pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta que o câncer
de colo de útero está entre os tipos de câncer que mais mata no país. No
Maranhão, ele é o segundo com maior incidência entre as mulheres, e uma
das formas mais importantes de prevenção é a vacina contra o HPV para
meninas entre 9 e 13 anos. A vacinação teve início no ano passado, mas o
número de meninas que tomou a segunda dose é considerado pequeno em
todo o estado. De acordo com o Inca, em 2014, mais de 800 novos casos de
câncer de colo do útero foram registrados no Maranhão.
De acordo com o ministério, foram enviadas 225,8 mil doses do
imunobiológico ao estado. A expectativa é a de vacinar 4,94 milhões de
meninas em todo o país. Junto com o grupo de adolescentes de 11 a 13
anos vacinadas no ano passado, essa pode ser a primeira geração
praticamente livre do risco de morrer do câncer do colo do útero. A meta
é vacinar, em parceria com as secretarias estaduais e municipais da
saúde, 80% do público-alvo.
A vacina está disponível desde o início de março nas 36 mil salas de
vacinação. Para este ano, o Ministério da Saúde recomenda aos estados e
municípios que façam parcerias com as escolas públicas e privadas,
repetindo a estratégia adotada na primeira dose da vacina, quando 100%
do público estimado, de 4,95 milhões de meninas de 11 a 13, foi
vacinado. Já a segunda dose, que teve o foco a administração apenas nos
postos de saúde, alcançou 2,9 milhões de meninas, atingindo 58,7% do
público-alvo. No Maranhão, 99,3% das adolescentes de 11 a 13 anos
receberam a primeira dose da vacina. Já na segunda fase da campanha, a
adesão foi de 62,5%.
Como vacinar
Para receber a dose, basta apresentar o cartão de vacinação e o documento de identificação. Cada adolescente deverá tomar três doses para completar a proteção. A segunda deve ser tomada seis meses depois, e a terceira, cinco anos após a primeira dose. A partir de 2016, serão vacinadas as meninas de 9 anos.
As meninas de 11 a 13 anos que só tomaram a primeira dose no ano
passado também podem aproveitar a oportunidade de se prevenir e procurar
um posto de saúde ou falar com a coordenação da escola para dar
prosseguimento ao esquema vacinal. Isso também vale para as meninas que
tomaram a primeira dose aos 13 anos e já completaram 14. É importante
ressaltar que a proteção só é garantida com a aplicação das três doses.
Para as mulheres que vivem com HIV, o esquema vacinal também conta com
três doses, mas com intervalos diferentes. A segunda e a terceira doses
serão aplicadas dois e seis meses após a primeira. Nesse caso, elas
precisarão apresentar a prescrição médica.
Câncer do colo do útero
O câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil, atrás apenas do de mama e de brônquios e pulmões. O número de mortes por câncer do colo do útero no país aumentou 28,6% em 10 anos, passando de 4.091 óbitos, em 2002, para 5.264, em 2012, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer no Brasil, publicação do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Tomar a vacina na adolescência é o primeiro de uma série de cuidados
que a mulher deve adotar para a prevenção do HPV e do câncer do colo do
útero. No entanto, a imunização não substitui a realização do exame
preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais. O
Ministério da Saúde orienta que mulheres na faixa etária dos 25 aos 64
anos façam o exame preventivo, o Papanicolau, a cada três anos, após
dois exames anuais consecutivos negativos.
O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas
infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da
mãe para filho no momento do parto. Estimativas da Organização Mundial
da Saúde indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras da
doença, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18. Em relação ao câncer
do colo do útero, estudos apontam que 270 mil mulheres, no mundo, morrem
devido à doença. Neste ano, o Instituto Nacional do Câncer estima o
surgimento de 15 mil novos casos.
Do G1 MA, com informações da TV Mirante, foto blog da saúde.
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