Esquema no Detran levou vinte e dois envolvidos para prisão no Maranhão. Seic ainda não sabe quantas CNH foram expedidas na fraude do Detran
Todos os beneficiados
pelo esquema de exames de habilitação fraudado por uma empresa
terceirizada do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão
(Detran-MA e que foi desarticulado nesta segunda-feira (5), através da
"Operação Sem Saída" terão a Carteira Nacional de Habilitação (CNH)
apreendida e responderão por crime de corrupção ativa. A afirmação é do
superintendente Estadual de Investigações Criminais (Seic), delegado
André Gossain.
Coletiva sobre fraude de carteiras de habilitação no Maranhão |
"É difícil afirmar precisamente quantas carteiras foram expedidas.
Todos os beneficiados neste esquema e que tiverem os nomes identificados
vão responder por corrupção ativa e terão a Carteira Nacional de
Habilitação (CNH) apreendidas e devolvida ao Detran para cancelamento".
Segundo Gossain, o esquema que tem como principais mentores seis donos de autoescolas que atuam no Maranhão
já levou para a cadeia 22 pessoas. Outras quatro estão foragidas. Além
dessas, 25 pessoas foram conduzidas coercitivamente para prestar
depoimento de maneira obrigatória.
Segundo o delegado, a organização tinha a colaboração direta da empresa
terceirizada Thomas Greg que por meio dos seus examinadores facilitavam
a aprovação de pessoas para o exame Nacional de Carteira de Habilitação
(CNH).
A investigação que teve início no mês de abril descobriu que a fraude
estava configurada na ausência das aulas e da prova, pois o aluno apenas
assinava uma documentação no dia da prova e recebia a sua carteira no
tempo estipulado pelo Detran e dentro da lei.
De acordo com o delegado André Gossain, os donos das autoescolas
cobravam dos alunos de dois mil a quatro mil reais e esses valores
(dependendo do tipo de CNH) eram repassados para a empresa terceirizada
que se responsabilizava de aprovar os alunos sem qualquer aprendizado
teórico ou prático.
O esquema foi descoberto após investigadores da polícia terem se
infiltrado como alunos. “Os investigadores se infiltraram disfarçados
como alunos procurando habilitação e foi assim que nós os pegamos”,
disse.
O superintendente da Seic acrescenta que o Detran nunca percebeu o
esquema, pois os examinadores utilizavam moldes de silicone para
arquivar as digitais dos alunos envolvidos. “Eles pegavam a digital do
aluno e a copiavam em um molde de silicone e após isso eles arquivavam
no Detran como se o aluno estivesse presente nas aulas”, revelou.
Todos os envolvidos no esquema irão responder por crimes que vão desde a
organização criminosa até a corrupção ativa e passiva. “A terceirizada e
as autoescolas vão responder pelos os crimes de organização criminosa e
corrupção passiva”, finalizou.
Esclarecimentos
A empresa Thomas Greg informou que está acompanhando as investigações
da Polícia Civil do Maranhão e se colocou à disposição para colaborar no
que for preciso. Disse ainda que os funcionários suspeitos de
participarem do esquema agiram de forma autônoma, e que a empresa não
tinha conhecimento dessas ações.
Do G1 MA
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